Na época medieval, os trompetes eram usados em acontecimentos militares ou cerimônias. Eram, desde então, a alma de fanfarras que ainda se baseavam no limitado número de notas da série harmônica. Depois o instrumento seria incorporado a orquestras para óperas e música sacra, a fim de reforçar passagens que expressassem diferentes estados de espírito, tais como alegria ou triunfo.
Antes da invenção do sistema de válvulas, o trompete era um instrumento limitado. Estava restrito às notas naturais da série harmônica. Apesar disso, durante o período Barroco, a técnica do trompete evoluiu rapidamente até o virtuosismo, utilizando a região aguda da série harmônica. Hoje, é curioso notar que os concertos escritos na época do barroco só conseguem ser executados em trompetes piccolo, que possuem, em geral, um comprimento de apenas um quarto de seus antecessores.
No período clássico, Haydn escreveu um famoso concerto para o cornet da época, instrumento com chaves similares às do saxofone atual.
Várias tentativas foram feitas para aumentar a extensão de notas, o que só foi resolvido com a invenção do sistema de válvulas. Em 1815, o trompista alemão Heinrich Stolzel desenvolveu o primeiro sistema de válvulas para instrumentos de metal. O mecanismo seria copiado, adaptado e aperfeiçoado por vários fabricantes de instrumentos de sopro. Em 1939, o francês Perinet patenteou um sistema de válvulas chamado de “gros piston”, a origem das válvulas utilizadas até hoje.
A partir daí, o trompete tornou-se totalmente cromático, reconquistando o status de instrumento musical completo e acompanhando a evolução da linguagem musical.
Hoje são usados vários trompetes nas orquestras. O mais comum é afinado em si bemol e em dó, mas encontram-se trompetes afinados em ré e fá agudo, para peças que requeiram o registro agudo.
E na música popular, já na primeira gravação de jazz, em 1917, a Original Dixieland Jazz Band tinha o trompete/cornet em sua formação (além de trombone de vara, clarineta, piano, banjo, contrabaixo e bateria).
O jazz, aliás, tem uma história ligada ao sopro, desde as suas origens, ao surgir como expressão musical da alegria de viver, da liberdade de criar e do prazer e de comunicar.
A primeira banda de jazz foi liderada pelo músico Buddy Bolden em 1895. Tinha em sua formação um cornet, duas clarinetas, um trombone de pisto, um contrabaixo tocado com arco e um violão. Mas a chamada formação clássica surgiria com as primeiras gravações. Além da Original Dixieland Jazz Band, foram pioneiros os grupos Kid Ory, King Oliver´s Creole Jazz Band e Jelly Roll Morton´s Red Hot Peppers.
Grandes nomes da música popular e do jazz, como Louis Armstrong, Miles Davis e Dizzy Gillespie colocaram o trompete como uma estrela entre os instrumentos de sopro. Mas alguns nomes pouco conhecidos do público são importantes para compreender a evolução da técnica do instrumento. É o caso de Louis Maggio, que perdeu todos os seus dentes frontais e teve que reaprender a tocá-lo de uma nova maneira. Maggio deu início à técnica de tocar sem pressão.